Embora tenha registrado altos índices de audiência em sua estreia na RCN, uma das maiores emissoras de TV da Colômbia, "Avenida Brasil" provocou a ira de diversos atores locais.
A maior reclamação dos artistas colombianos, no entanto, não foi quanto ao texto ou a produção da Globo e sim relacionada ao horário escolhido para sua exibição. "Avenida" vai ao ar às 20h, faixa que é considerada nobre da mesma forma que na TV brasileira.
Aos atores, a RCN não deveria exibir um produto enlatado em um horário tão nobre quanto este, que deveria ser ocupado apenas por produções locais.
Cristina Campuzano, vilã de "La Hipocondríaca", coprodução da Sony com a Caracol TV encerrada no ano passado, foi uma das que usou o Twitter para manifestar sua decepção: "Que tristeza para nós que dedicamos a alma a isso".
Victor Mallarino, protagonista de "La Traicionera", também criticou a estratégia da RCN apesar de ter feito questão de direcionar sua crítica exclusivamente ao canal e não à novela: "Considero uma falta de respeito que tenham prioridade as produções estrangeiras por cima das nossas no horário nobre. Amigos, entendam que esta não é uma crítica às produções estrangeiras. Não duvido que sejam excelentes".
Já Elkin Díaz, o vilão Felix de "Allá Te Espero", reconheceu a qualidade da história de João Emanuel Carneiro mas pontuou que o horário deveria ser exclusivo dos profissionais da Colômbia: "Avenida Brasil? Sim, muito boa. Mas o que queremos defender é o espaço que NOS pertence SOMENTE aos colombianos, atores, técnicos, etc. Me sinto muito triste com o silêncio dos meus colegas, obivamente produto do medo".
Esta não é a primeira vez que a exibição de "Avenida Brasil" em outros países mexe com atores locais. Em Portugal, até mesmo nomes que estavam em novelas que iam ao ar no mesmo horário em que "Avenida" reconheciam a qualidade e confessavam ser fãs da história.
No entanto, de forma menos veemente que na Colômbia, também foi levantada a questão de que o sucesso de novelas estrangeiras atrapalha a indústria nacional de dramaturgia.
O próprio Brasil já foi vítima desta inversão no fim dos anos 90, quando Silvio Santos decidiu acabar com três horários de dramaturgia brasileira e transferir seus respectivos horários às produções da Televisa, as quais tinham três vezes mais audiência.
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